Hoje o peso do mundo está dentro da minha cabeça. Da buzina do carro atrás de mim, do homem que tenta me passar pela direita e que faço de conta ignorar, ainda que morra de medo que ele acabe amassando o meu carro... do serviço, dos gritos, da tensão, ou seja, o peso do mundo está na minha cabeça que dói com tudo isso, em especial ao finalmente chegar ao silêncio calmo da minha casa.
Não que não existam barulhos por aqui, mas é que eles não são ameaçadores...não muito, pelo menos.
Há pesos aqui também, mas sinto que eles são mais leves, menos urgentes... é um portão que não abre direito, uma parede que não está como eu queria, mas ao menos são meus problemas, por isso são mais leves. Talvez porque eu mitigue o peso que eles realmente deveriam ter em minha vida, afinal, um portão que não funciona direito é importante porque é o MEU portão, o fato de eu não encontrar um mecânico para fazer a revisão do meu carro, mesmo estando próximo do feriadão que eu precisaaaaaaaaaava ir pra praia, deveria importar mais na minha vida porque é o MEU carro e o MEU feriado, mas não...invés dessas importâncias, pairo na importância do problema dos outros, porque é de lá que vem meu ganha-pão.
Às vezes me pergunto se isso compensa, se o dinheiro que recebo no final do mês realmente paga o peso que meus problemas passam a não ter, se paga os fins de semana em que estou esgotada, querendo nada mais do que dormir.
Tem também o aprendizado. Ah, esse tem mesmo! Em seis meses de prática, aprendi coisas que nunca me ensinaram em cinco anos... mas a lição mais valiosa que aprendi e continuo aprendendo todos os dias é que nem sempre ganhar é reconfortante...há batalhas para se ganhar e batalhas para se perder, apesar da gente ter que lutar todas elas, pois mais vale uma batalha perdida do que a consciência pesada por tê-la ganho de maneira errada.
Tem uma música que fala sobre isso... "you cross the finish line, won the race, but lost your mind...was it worth it after all?". Será que valeu a pena? Será que vale a pena? Como o futuro será melhor com as concessões que fazemos hoje?...mas será que será mesmo melhor com as concessões que fazemos hoje ou deveríamos apenas viver, curtir o presente que o resto seria consequencia? Como diria a música, was it woth it after all?
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